1937. A Disney lançava seu primeiro filme de animação: Branca de Neve e os Sete Anões. Logo o estúdio se tornou um dos maiores do mundo, produzindo diversos filmes de qualidade. Viveu o auge no final da década de 1980 e durante a maior parte da década de 1990, produzindo flmes que, além de bons, eram diferentes dos demais. Eram mágicos, criativos, encantavam todo o público com seus roteiros tão fascinantes e músicas deslumbrantes. Essa magia começou com A Pequena Sereia (1989), passando por A Bela e a Fera (1991), Aladdin (1992), O Rei Leão (1994), Pocahontas (1995) e O Corcunda de Notre Dame (1996), até terminar com Hércules (1997). Daí para a frente, a Disney até que produziu bons filmes (sobretudo em sua parceria com a Pixar), mas sem essa magia que havia marcado os filmes citados. Isso durou por vários anos...até que chega 2010, o ano que será lançado sua animação de número 50. O estúdio comemora a marca, mas poucos acreditam que Enrolados seria tão bom quanto os filmes de antigamente.
Aí é que está: a nova animação do estúdio, que estreou nos cinemas brasileiros no dia sete de janeiro, marca o retorno da "Magia Disney", que não se vê desde Hércules (1997). Não deve existir ninguém que não conheça a famosa história da Rapunzel, uma garota de longos cabelos, que vivia presa numa torre por causa de uma bruxa...até ser salva por um príncipe encantado (típico dos contos de fadas, não?). E Enrolados baseia-se justamente nesta história clássica. Mas de uma forma tão bem adaptada que, provavelmente, muitos vão preferir o filme à história original.Criatividade é algo que não falta no roteiro. E os diretores Byron Howard e Nathan Greno souberam retratá-lo de forma fenomenal, de forma que o filme pode agradar tanto as crianças como ao público adulto. A história não é, em nenhum momento, infantil demais ou boba. Ao contrário, é uma história repleta de emoções e aventuras, de forma que ninguém poderia prever. Soma-se a isso a belíssima trilha sonora, desenvolvida por Alan Menken, que a baseou no rock'n'roll dos anos 60. As músicas do filme são importantíssimas: não se pode tirá-las do filme, se não muita coisa não seria bem explicada, já que os personagens também fazem várias coisas enquanto cantam. Esse é um ponto forte do filme: as músicas não são apenas uma diversão, mas também cenas essenciais no decorrer da trama. Sem contar que possuem letras muito tocantes para os telespectadores. E por falar em música, merece destaque "I See The Light" (Vejo Enfim a Luz Brilhar), na cena em que Rapunzel e o ladrão Flynn Rider passeiam no barco e vêm as lanternas flutuantes no céu. É talvez a cena mais bela do filme.
Voltando a falar sobre a criatividade do filme, não há um príncipe encantado como na história original, mas sim um ladrão, como já mencionado anteriormente. O romance entre ele e Rapunzel é muito real. Dessa forma, o filme ganha mais emoção. Outro mérito dos diretores, que souberam dar assim um toque de romance a história. Além disso, merece destaque também a própria Rapunzel, que possui cabelos mágicos. Com isso, a história também ganha um lado de ficção. Reparem em tudo que o filme tem: emoção, aventura, romance, ficção...e tudo de um jeito bem arrumado e organizado.
Por fim, deve-se falar da dublagem. Luciano Huck, apresentador da Rede Globo, é o responsável por dar voz ao Flynn Rider; e muitos criticaram sua escolha para dublar o personagem, dado que Huck não é ator. Mas para o personagem em questão, a voz de Luciano Huck acabou caindo como uma luva, dado que Rider tem um jeito malandro e solto. No mais, tudo certo com a dublagem.
Com Enrolados, a Disney tem tudo para dar a volta por cima nos cinemas. Agora o importante é que a Disney não perca a magia que usou em Enrolados e em seus antigos filmes outra vez.